quinta-feira, 26 de abril de 2012

CARTA DA ALIANÇA DOS POVOS DA FLORESTA SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

POVOS DA FLORESTA, UNIDOS EM ALIANÇA, LANÇAM MANIFESTO PARA SALVAR A AMAZÔNIA DAS TRAGÉDIAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

NÓS
Os Povos da Floresta, reunidos no Rio Negro, durante o I Seminário "A Importância dos Povos Floresta no Contexto das Mudanças Climáticas Globais", realizado pela Aliança dos Povos da Floresta, organização histórica de defesa da Floresta Amazônica e da melhoria da qualidade de vida dos povos que nela habitam, vem de público:

ALERTAR: Sobre o impacto das mudanças climáticas no Planeta, no Brasil e em especial na Floresta Amazônica. Cientistas prevêem que o aquecimento global poderá elevar a temperatura na Amazônia em até 12 graus Celsius ainda neste século. Com o aumento da temperatura haverá menos chuvas e mais secas, diminuindo a biodiversidade e tornando impossível a vida da população da Amazônia, principalmente dos povos que vivem na floresta. Esse impacto já está sendo sentido por nossas comunidades, onde nossas populações indígenas já não podem ser guiadas pelo calendário lunar, porque o clima já alterou os fenômenos da natureza na nossa região.

RECOMENDAR:
1. A inclusão de mecanismos para incentivar a redução das emissões de carbono oriundas do desmatamento tropical nas políticas públicas internacionais, nacionais e regionais, porque a história nos ensina que não há possibilidade de construir um desenvolvimento sustentável para a Amazônia sem a participação das populações que nela habitam.

2. O reconhecimento e o desenvolvimento de alternativas para remunerar os povos da floresta por seus serviços ambientais de manutenção da floresta em pé prestados ao Brasil e ao mundo. Assim, a comunidade internacional e o Governo Brasileiro estará fazendo justiça e dando aos povos da floresta o mesmo tratamento dado hoje às grandes plantações industriais, previsto de compensações através do mercado internacional de carbono. Para isso, a Aliança dos Povos da Floresta sugere ao Governo Brasileiro abrir de imediato um amplo debate nacional sobre a elaboração de uma agenda socioambiental para as obras de infra-estrutura necessárias para o desenvolvimento da Amazônia e do Brasil.

3. O repúdio à atitude irresponsável do atual governo dos Estados Unidos, maior emissor de GEE do mundo, ao se retirar das negociações internacionais e ao se recusar a tomar medidas concretas para reduzir as suas emissões.

INFORMAR:
Que diante desta grande ameaça, a Aliança dos Povos da Floresta decidiu:
1. Organizar o II ENCONTRO NACIONAL DOS POVOS DAS FLORESTAS, a ser realizado em Brasília, de 18 a 21 de setembro de 2007, para o que conclama a toda a população brasileira, aos Povos do Cerrado, do Semi-Árido, da Mata Atlântica, do Pantanal, das Cidades e do Campo, aos movimentos e organizações da sociedade civil organizada a se juntarem nesta grande mobilização popular.

2. Criar o seu próprio MECANISMO CARBONEUTRALIZADOR DOS POVOS DA FLORESTA – MCPF, a ser outorgado pelos povos da floresta, para ajudar na redução do desmatamento na Amazônia e por conseqüência na redução das emissões de gazes de efeito estufa no Brasil e no mundo. Além de dar resposta imediata às necessidades dos povos da floresta de lutar em defesa da floresta que lhes abrigo e sustento, o MCPF atuará como mecanismo independente e complementar aos demais mecanismos que vem sendo negociados a nível nacional e internacional.

3. Colocar-se à disposição dos meios de comunicação e da sociedade brasileira para as informações adicionais que se fizerem necessárias.
Rio Negro, Amazonas, Amazônia, Brasil, 27 de abril de 2007.

José Adilson Vieira de Jesus:

adisonv@vivax.com.br. Telefone: (92) 96231415
Grupo de Trabalho Amazônico – GTA


Júlio Barbosa de Aquino:

jb.aquino@bol.com.br: (68) 9975 5106
Conselho Nacional dos Seringueiros – CNS


Jecinaldo Barbosa Cabral:


Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB

Nenhum comentário:

Postar um comentário